CYSNEIROS,
Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação
conservadora? Revista informática Educativa, UNIANDES – LIDIE, vol. 12, n. 1,
1999, Disponível em: http://www.escolaheitor.net/planejamento/cecilia/ARTIGO%20DO%20CURSO/8543090-Novas-Tecnologias-Na-Sala-de-Aula-Melhoria-Do-Ensino-Ou-InovaCAo-Conservadora.pdf
Resumo:
O
autor inicia o texto fazendo um relato sobre as condições das escolas públicas brasileiras,
principalmente, as localizadas nas regiões mais pobres, ou seja, norte,nordeste
e regiões rurais. Tendo como base esta realidade, faz uma analise a partir de suas experiências vistas em sala
de aula, dificuldades estas enfrentadas
pelos professores e alunos, observa o descaso das autoridades, a infra estrutura
precária, a má formação dos docentes entre outros. Com isso, a qualidade
declinante do ensino destas regiões só se agrava, então faz uma reflexão em que
questiona como melhorar este ensino e trabalhar as novas tecnologias da informação na realidade
brasileira. Infere-se também do texto que a utilização dessas tecnologias ainda
não apresenta os resultados esperados, pois as informações atendem de forma
deficiente o aprendizado dos sujeitos. Cita as novas tecnologias da informação
como um avanço, porém utilizado com a velha roupagem do ensino pouco criativo,
desinteressante, subutilizado, ou seja, uma inovação conservadora na educação.
Citações
do texto:
“O contexto amplo, material e humano, em determinados
tempos e espaços, não pode ser separado das discussões neste simpósio, sob pena
de ficarmos falando sobre abstrações desenraizadas, longe das realidades que as
condicionam, isolando nossas idéias “das coisas que as possuem”.” (p.11)
“Vejo
as novas tecnologias como mais um dos elementos que podem contribuir para
melhoria de algumas atividades nas nossas salas de aula.” (p.12)
“ No Brasil percorremos uma história análoga, certamente
mais recheada de insucessos, como demonstram teses e dissertações sobre o tema.
Também tivemos uma política de rádio na educação, seguida de outras com grandes
investimentos nas televisões educativas em todo o país, sempre acompanhadas de
discursos inovadores.” (p.12)
“Várias
faculdades de educação de universidades públicas que estão ministrando cursos
de especialização para os professores que irão atuar como multiplicadores nos
Núcleos de Tecnologia Tducacional (NTEs) do PROINFO, não dispõem de laboratórios
para trabalho com Informática Na educação. Finalmente, não existe uma política
de apoio a pesquisas que façam acompanhamento e dêem suporte aos NTEs que irão formar os professores da escolas
beneficiadas.” (p.15)
“Vários
autores reconhecem que os usos educativos das tecnologias da informação na
última década - instrução assistida por computador (CAI), informações em rede,
aprendizado à distância - foram embasados em métodos pedagógicos tradicionais:
fluxo unidirecional de informações, tipicamente um professor falando ou
comentando imagens para alunas e alunos passivos.” (p.17)
“A
presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula os
professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos
modos de aprender. Como ocorre em outras áreas da atividade humana, professores
e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais artefatos. Um bisturi a
laser não transforma um médico em bom cirurgião, embora um bom cirurgião possa
fazer muito mais se dispuser da melhor tecnologia médica, em contextos
apropriados.” (p.18)
“Nesta
ótica, é muito importante que coloquemos tais máquinas nas mãos de nossas
crianças e adolescentes, porém sempre predominando o ato de educar, de examinar
criticamente - numa atitude freiriana -, aquilo que está lá. Onde a sabedoria
de um professor de uma escola rural, ou de um velho pescador da comunidade,
pode ser mais importante para a formação da identidade da criança e para a
sobrevivência da cultura do que toda a informação que é produzida diariamente
nos lugares sofisticados do planeta.” (p.20)
“Esse
tipo de construção de novas formas de ensinar e de aprender, de conhecimentos
novos, exigirá do professor uma atitude permanente de tolerância à frustração e
de pesquisa não formal, de busca, de descoberta e criação, no sentido tratado
por Demo [xxi]. Descoberta de usos pedagógicos da tecnologia já
experimentados por outros, que exige comunicação, troca, estudo, exploração.
Criação no sentido de adaptação, de extensão, de invenção. Em ambos os casos,
fracassos e sucessos são faces da mesma moeda, com demonstra a história da
produção humana de conhecimento e especificamente as histórias de sucesso em
Informática Na educação.” (p.23)
Comentários:
Segundo
os relatos acima, se compreende que é preciso atentar para as mudanças
decorrentes do uso das tecnologias na educação, utilizá-las de forma a enriquecer
a qualidade do ensino. O simples fato de
uma escola possuir equipamentos de informática de ponta não significa que
estes, por si só, serão instrumentos de ganho de qualidade na formação dos
sujeitos que se utilizam destes equipamentos. A complexidade do processo de
aprendizagem requer dos professores ações que disponibilizem meios para que os
discentes tenham plena capacidade de se desenvolverem, proporem trabalhos e
tarefas que sejam somatórios de conhecimentos dessa inter-relação.
Para que
isso ocorra, é necessário que seja dada atenção ao pensamento dos educadores
que, muitas vezes sentem-se desorientados pela diversidade de informações
disponibilizadas pelo meio das novas tecnologias. Todavia entender estas novas
ferramentas e mudar as práticas metodológicas requerem do professor coragem
para enfrentar esses novos desafios. É preciso que eles se adaptem às
transformações, no entanto, é um desafio fazê-los empregar toda esta mudança em
sala de aula.
A formação
dos professores hoje deve ser acompanhada de programas de formação continuada
de docentes que permitam o aprendizado das novas tecnologias e aplicação destas
na educação de forma a ser um vetor de qualidade. O texto discorre sobre a
utilização das tecnologias, onde processos de leitura e escrita, por exemplo,
que já aconteciam em suportes mais simples como o papel e a escrita com a
utilização de lápis, seja adaptado ao meio digital. Com o avanço da tecnologia
estas novas formas de suporte digitais, apesar da mudança de aparência, precisam
ser contextualizados, ou seja, para a eficaz
utilização destas tecnologias na educação, o professor deve pensar
criticamente, sem se deslumbrar com o excesso de informações ou pirotecnias advindas dessas modernas
máquinas.
Questionamentos:
Após
análise do texto inferem-se, como os professores diante dos avanços
tecnológicos devem formatar suas aulas, de forma a transformá-las em
conhecimento para seus alunos. O que os educadores podem fazer, para que não se
sintam inúteis ou fragilizados no processo de ensino e aprendizagem?
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